Para os astrônomos ela já existia há muito tempo, mas os astrólogos não reconhecem a existência de um 13º signo como integrante das 12 casas do zodíaco. Ophiuchus é o nome dela, ou Serpentário, uma constelação localizada no hemisfério sul. Sem dúvida ela é intrigante e está causando uma enorme polêmica. Já pensou nisso? Mudar de signo a essa altura, simplesmente pular uma casa para traz no zodíaco e alterar toda sua configuração astrológica.

Para os mais céticos e adeptos fieis da relação com os astros e signos, isso é inadmissível. Apesar de não consultar as previsões do meu horóscopo toda semana e nem ser aficionado pelo assunto, eu não gostaria de mudar de signo. Imagine deixar de ser Capricórnio para virar Sagitário, não isso não estava nos meus planos, e que planos hein… Pois é, os astros dizem que o sagitariano é objetivo e individualista e eu estou longe de ser individualista. Já o capricorniano é uma pessoa calma, persistente e lutadora, isso tem tudo haver comigo. Ainda bem que minha amiga Suria me alertou, quase eu viro uma serpente (risos).
Vamos a um breve resumo da história dos astros:
O sábio Imhotep inventou o calendário egípcio, no ano 2769 antes de Cristo, que era parecido com o que usamos hoje. Os astrólogos egípcios criaram um Zodíaco divido em 12 signos, correspondentes aos doze meses do ano, cada um sendo representado por um deus. No horóscopo chinês temos a representação de animais que não só dão seu nome aos doze meses, como também aos ciclos horários e aos ciclos de 12 meses.
Na astrologia Ocidental, o Zodíaco é representado como uma circunferência, os 360° (graus) da circunferência estão divididos em doze signos zodiacais (Áries ou Carneiro, Touro, Gêmeos, Câncer ou Caranguejo, Leão, Virgem, Libra ou Balança, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes) e cada um é regido por um planeta/astro (Marte, Vênus, Mercúrio, Lua , Sol, Mercúrio, Vênus, Plutão, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, respectivamente).
Ao mesmo tempo, este espaço também está dividido em doze casas zodiacais, cada uma relacionada a assuntos específicos da vida analisada. Cada uma destas casas também é relacionada (“regida por”) a um dos signos acima. As casas representam as 24 horas do dia.
Tradicionalmente, só doze fazem parte do zodíaco, são as 12 constelações da eclíptica, definida como a circunferência imaginária correspondente à trajetória aparente do Sol na esfera celeste. Astrônomos do Planetário de Minnesota, nos EUA, afirmam que, por causa da atração gravitacional que a Lua exerce sobre a Terra, o alinhamento das estrelas foi empurrado por cerca de um mês.
“Quando os astrólogos dizem que o sol está em Peixes, não está realmente em Peixes”, disse Parke Kunkle, um dos integrantes do Minnesota Planetarium Society à revista Time. O signo astrológico é determinado pela posição do sol no dia em que a pessoa nasceu, o que significa que, de acordo com os astrônomos, tudo o que se sabia sobre horóscopo está errado.
Ainda de acordo com o grupo de astrônomos, um 13º signo deveria fazer parte da astrologia, que teria imprecisões desde o seu início. A explicação é que, na Antiga Babilônia, apenas 12 das 13 constelações foram levadas em conta, ignorando Serpentário, que tem como símbolo a cobra. Veja as mudanças no zodíaco de acordo com os astrônomos de Minnesota.
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Enquanto eu pesquisava sobre o assunto me deparei com duas perguntas que me deixaram curioso: “Como vai ficar a saga dos Cavaleiros do Zodíaco com essa mudança nos signos? Será que uma nova casa do zodíaco terá que ser construída no Santuário?”
Em princípio caí na risada, mas logo em seguida lembrei da minha infância e o saudosismo tomou conta de mim. Esse desenho me marcou a tal ponto que virei fã de Mitologia Grega, desenhistas, ilustração e admirador de histórias místicas, relacionadas a energia, harmonia e equilíbrio das forças do universo. Foi uma verdadeira revolução na forma de ilustrar os desenhos da época, com traços firmes, marcantes e totalmente diferenciados, sem falar na trilha sonora e dublagem arrebatadora. O anime dos Cavaleiros fez um grande sucesso em várias partes do mundo e teve grande influência na minha formação como designer.
A resposta veio a galope através do blog Caixa Misteriosa, o mangaká Masami Kurumada, autor de Os Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya) se manifestou sobre como ficaria isso em sua famosa série. Confira:
As mudanças no alinhamento da Terra que alteraram as datas dos signos do zodíaco, já tinham sido previstas por mim há duas décadas, durante a concepção do roteiro da Saga de Hades. Na ocasião, astrólogos estudavam essa possibilidade e nem mesmo eu imaginava que pudesse de fato ser real. Em pesquisas recentes, o astrônomo Parke Kunkle me consultou a respeito, conversamos por horas. Hoje, como todos, fiquei sabendo da notícia.
Acontece que na época que escrevi a Saga do Santuário, cogitei a possibilidade de colocar Shina de Ophiucus (蛇遣い星座のシャイナ) após a casa de Escorpião, revelando seu verdadeiro papel na série. Mas a Toei me proibiu de colocar uma personagem feminina em destaque. Já tínhamos a Saori, era o suficiente. Não a toa, a amazona perde destaque e conteúdo no decorrer das 12 Casas (que eram pra ser 13).
Se você ai ficou intrigado como eu, desencana! Afinal os apóstolos eram 12, o zodíaco egípcio, o horóscopo chinês, a astrologia ocidental, todos giram em torno do número 12. Enfim, acho que os astros baniram a Serpente para ela não atrapalhar a ordem natural dos eventos cósmicos.