O Mês de junho chegou. É tempo de festas juninas. Viva Santo Antônio, São João e São Pedro! Viva os santos festeiros! Mês de junho é tempo de festa e esse é um hábito antigo em várias partes do mundo. Os povos pagãos do Hemisfério Norte celebravam o solstício de verão, o dia mais longo e a noite mais curta do ano, que acontecia em junho muito antes do nascimento do menino Jesus. As festas joaninas como eram chamadas, eram realizadas para pedir aos deuses a fertilidade da terra e boas colheitas nos meses seguintes. No Brasil, a tradição das festas juninas foi trazida pelos portugueses que homenageavam os santos do mês de junho: Santo Antônio (dia 13), São João (dia 24) e São Pedro (dia 29).
Como manda a tradição vou fazer logo meu pedido a Santo Antônio. Esse ano eu quero casar. Prometo não pedir-lhe mais nada, só a Santo Expedito, o meu santinho das causas urgentes. Mas se São João quiser me ajudar aceito com muito gosto. São Pedro com certeza se prontificará, pois ele não é ciumento, mas muito gentil.
Valei-me, Santo Antônio! Nasceu o Santo. Fernando de Bulhões e Taveiro de Azevedo nasceu em 15 de agosto de 1195, na cidade de Lisboa. Filho de Martinho de Bulhões e Maria Teresa de Taveiro; de educação humana e cristã, seguiu carreira religiosa com apoio da família. Ingressou no Seminário da Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho. Em 1221 foi admitido na Ordem Franciscana, mudando seu nome para Antônio. Ele se identificava com os franciscanos cuja espiritualidade vivia na pobreza, não possuíam bens materiais e seus únicos objetivos eram somente anunciar a Palavra de Deus.
De Padre Fernando a Frei Antônio, o jovem intelectual notável se transformou em Santo Antônio, um dos santos mais amados e homenageados do Cristianismo. Considerado padroeiro dos pobres e oprimidos, dos barqueiros, dos amputados, das grávidas, dos pescadores, agricultores, viajantes, marinheiros e é claro, o santo casamenteiro.
Assim como todos nós aqui na terra, Santo Antônio também teve a sua missão. Franciscano, pregador de oratória incontestável seu dom era visto como uma inspiração divina, erudito, de preparação intelectual vasta e profunda seus setenta e sete sermões sobreviveram para manter viva a sua obra. Ao nosso querido santo foi atribuído vários milagres. Segundo a história, uma vez meditando à beira-mar sobre a frequente aparição da imagem do peixe nas Escrituras, os peixes teriam se reunido a seus pés para escutá-lo.
Por sua dedicação aos sofredores e humilhes foi eleito o protetor dos pobres. Segundo a tradição na celebração da missa do dia de Santo Antônio são abençoados e distribuídos pães, pois de acordo a tradição cristã o “Pão de Santo Antônio” simboliza fartura, por isso o pãozinho deve ser colocado, pelos fiéis nos sacos de farinha, para que nunca lhes falte o que comer. Tratando-se do pãozinho de Santo Antônio remonto a um fato curioso; conta-se que o santo comovia-se com a pobreza e certa vez distribuiu aos pobres todos os pães do convento em que vivia, o frade padeiro ficou desesperado quando chegou à hora da refeição e percebeu que não tinha pães para os frades comerem já que tinham sidos roubados.
De protetor a casamenteiro, eis Antônio! Por que santo casamenteiro? São muitas as histórias e mitos em relação a sua generosidade com os solteiros e com os casais. Ocorreu, que uma jovem pobre que faltava o dote para se casar dignamente como mandava as tradições da época, desesperada ajoelhou-se aos pés do santo pedindo humildemente para que intercedesse junto a Deus para a concretização do seu sonho. Estando ajoelhada, viu um papel desprender-se da mão do Santo, caindo sobre as suas mãos. Era uma carta dirigida para um comerciante solicitando que desse a moça moedas de prata equivalente ao peso do papel. O comerciante nem se importou achando que o peso daquele bilhete era insignificante. Mas para sua surpresa foram necessárias muitas moedas para que a balança atingisse o equilíbrio. O comerciante então se lembrou que havia prometido ao Santo uma quantia de dinheiro, porém nunca tinha pago a promessa. A jovem voltou para casa radiante e o seu casamento finalmente aconteceu. Essa é apenas uma das histórias que foi atribuída ao Santo na concretização de enlaces matrimonias.
Que o Santo é festeiro nós já sabemos. Mas o pobrezinho também sofre enquanto os pedidos que lhes foram solicitados não forem atendidos. Inúmeros são os castigos sofridos, colocam a imagem de cabeça para baixo, retiram-lhe o menino Jesus dos braços, etc. Segundo os meus ancestrais o castigo acelera a concretização da graça. Se é verdade eu não sei, mas é bizarro.
De imensa devoção popular é padroeiro de várias cidades inclusive do meu pedaço de chão, minha querida Paramirim no sudoeste baiano, onde lindas serras te contornam, o rio pequeno te corta inteiro, terra minha, amor primeiro. Cidade aconchegante de povo festeiro!
Como não lembrar da trezena de Santo Antônio em Paramirim? De um tempo em que tínhamos satisfação em dançar quadrilha na praça, como nos divertíamos á tarde nas barracas entre caldos, meladinhas, crianças correndo e muita conversa. A avenida principal enfeitada de bandeirolas. A noite fria e a igreja lotada. Depois da missa, nós e aquele forrozinho gostoso. Não tinha idade certa para estar ali. Todas as cidades da região se faziam presentes, com suas belas moças e seus belos rapazes, época boa para paquerar, pois afinal, chegará o dia dos namorados e na festa do Santo casamenteiro ninguém queria ficar só.
A caminho de Pádua, no dia 13 de Junho de 1231, as portas do céu se abriram para receber um ser ilustre, Frei Antônio. O homem, o humano, o ser vivo nos deixou, mas sua história se imortalizou. Nasceu SANTO ANTÔNIO de Lisboa, de Pádua, de todas as partes do mundo. O mais aclamado, o proclamado Doutor da Igreja Católica por sua contribuição original e autêntica do conhecimento da palavra de Jesus Cristo e dá fé cristã. És o nosso padroeiro forte que vem ao nosso amparo na vida e na morte.