Sei que não são todos que pensam no Natal com afeto. Pra muita gente não passa de um dia em que você se arruma pra ficar sentado na sala. Ou aquela péssima ocasião em que vai cruzar com a tia chatona que sempre manda o clássico “E as namoradinhas?”. Ou até mesmo aquela morte horrível que é presenciar ‘de velho’ o primo mala fazendo piadinha machista.
Eu entendo que nem todos estão assim tão empolgados com a chegada de mais um 25 de dezembro. A galera quer mais que esse ano acabe logo e não vê a hora de comemorar a chegada de 2017. Mas pra mim, não dá pra ignorar. Natal pra mim sempre foi coisa séria. De verdade!
Tá, que fique claro que eu nunca acreditei em Papai Noel. Sério, ninguém nunca tentou me enganar com isso. Já sabia há tempos que era minha mãe que comprava meus presentes. Mas cara, Natal pra mim nunca se tratou de ganhar presente. A essência foi e continua sendo o lance da magia natalina. É uma coisa que nunca mudou dentro de mim e eu jamais parei de acreditar na magia que essa época transmite. Quando eu era criança, via aqueles filmes americanos, com uma árvore gigante e cheia de presentes, com uma família feliz e reunida, todos vestindo suéteres iguais. Aquele parecia meu tipo de Natal ideal, mas com o tempo eu fui percebendo que não é assim pra todos. E tudo bem. Natal não precisa ser perfeito. Só precisa despertar nosso melhor. O sentimento que vale, saca?
Infelizmente, depois de um tempo minha família deixou de comemorar o Natal por questões religiosas. Até hoje comemoramos tudo no Ano Novo, que é no mesmo dia do aniversário da minha avó. É legal, mas não é Natal sabe? Enfim, é da vida. Bom, a questão é que vai chegando essa época e eu fico nostálgica, emotiva, quero dar presentes, quero ver a cara das pessoas abrindo presentes, fico feliz à beça. É um trem doido mesmo.
Minha memória sempre me traz as lembranças mais gostosas, inclusive falou de Natal comigo e eu já tô pensando em comida. No arroz a grega, com passas, claro. Naquela farofinha deliciosa que serve de recheio para o frango assado. É, porque peru nunca pertenceu nos meus natais em família. E, claramente não posso deixar de mencionar aquele pavê delícia feito de bolacha champanhe com cobertura de leite condensado e chocolate do padre. Ah o danado do pavê… Lá da mesa, sempre me encarando e me dando vontade de pular a ceia direto pra sobremesa. Pra arrematar, aquela cidra pobrinha só pra ter o gostinho de brindar o ano que passou, as conquistas, alegrias e a expectativa do novo ano que virá.
Além da comilança, o que eu mais amo é o brilho das luzes de Natal que enfeitam as casas e a cidade. Olho esses pontos reluzentes e gosto de pensar nas pessoas reunidas em torno da árvore cheia de pisca pisca colorido, com uma ou outra luzinha falhando e aquele monte de festão prateado em volta. O aconchego de estar com quem mais se ama, seja família, amigos ou quem quer que esteja ao seu lado nesses momentos.
Dos poucos Natais de verdade que comemoramos em casa, sempre recordo com carinho daquela união maravilhosa que parece juntar até os parentes mais afastados. Me recordo com saudosismo da hora de revelar o amigo secreto, quando sempre rolava aquela ansiedade boa de saber “afinal, quem me tirou?”. Do cheirinho das comidinhas gostosas da minha mainha sempre caprichadas pra ceia ficar gostosa. A primaiada reunida, as músicas velhas, a alegria de abrir os presentes e ficar feliz ou frustrado, porque as vezes no lugar do brinquedo tinha roupa no embrulho colorido. Quantas boas lembranças o Natal é capaz de proporcionar.
Hoje, já adulta, tenho comigo mesma o compromisso de criar essa tradição com meus filhos, com a minha própria família. E quero que seja uma comemoração especial, para que eles tenham boas recordações dessa que é minha época favorita do ano.
E vocês, tem boas histórias e lembranças sobre o Natal? Conta pra gente.
No mais, desejo um Natal iluminado pra todos vocês.