Home VISÃO 2001 – Uma Odisseia no Espaço

2001 – Uma Odisseia no Espaço

1663

Para estrear com o pé direito aqui no Ativar Sentidos, decidi escrever sobre um dos meus filmes preferidos: 2001 – Uma Odisseia no Espaço (2001: A Space Odyssey – 1968).

Gary Lockwood no filme 2001 - Uma Odisseia no Espaço
O ator Gary Lockwood como Dr. Frank Poole em uma das cenas da Missão Júpiter. © 1968, MGM

Ao longo dos anos muitos já tentaram explicá-lo, mas não devemos nos esquecer dessas palavras de Arthur C. Clarke, o autor do livro e co-roteirista: “Se você entender 2001 por inteiro, nós falhamos. Queremos levantar mais questões do que respondê-las”.

Portanto, podemos nos sentir livres para interpretar e até para não entender coisa alguma, pelo menos numa primeira sessão.

Antes de comentar o filme propriamente dito, vale a pena dizer que na época do seu lançamento ele foi bem recebido pelo público hippie e mal recebido pela crítica. Com o passar dos anos, os críticos mudaram de opinião e ele foi ganhando cada vez mais fervorosos admiradores. Como um exemplo desses fãs cito o diretor John Boorman (Amargo Pesadelo), que afirmou que 2001 – Uma Odisseia no Espaço mudou a vida dele e também sua maneira de fazer cinema.

Cartaz do filme 2001 - Uma Odisseia no EspaçoInformações Técnicas

Título Original: 2001: A Space Odyssey
Título no Brasil: 2001 – Uma Odisseia no Espaço
País de Origem: Estados Unidos e Reino Unido
Gênero: Ficção Científica / Drama
Duração: 142 min
Ano de Lançamento: 1968
Estreou no Brasil: 29 de Abril de 1968
Direção: Stanley Kubrick
Roteiro: Stanley Kubrick & Arthur C. Clarke
Edição: Ray Lovejoy
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) / Stanley Kubrick Productions
Distribuição: Metro-Goldwyn-Mayer / Warner Bros.

2001 – Uma Odisseia no Espaço esbanja qualidade em termos técnicos e é extremamente ambicioso no que se propõe a discutir. A maravilhosa trilha sonora de “Danúbio Azul” embala o balé tecnológico de Stanley Kubrick. É um filme sobre a evolução da raça humana e sobre os rumos que ela pode vir a tomar. Em pouco mais de duas horas ele discute a vida extra-terrestre, a utilização de ferramentas para sobrevivência, a inteligência artificial e o maior tabu do homem: sua própria morte. Uma experiência transcendental, antropológica e filosófica que fascina do começo ao fim.

Homem-macaco do filme 2001 – Uma Odisseia no Espaço
Homem-macaco procurando por comida no deserto africano. © 1968, MGM

Eis a minha interpretação: o monólito observa e influência o progresso do homem. O primeiro deles aparece para os nossos não muito simpáticos ancestrais há milhões de anos, que logo descobrem o uso da ferramenta. Numa das cenas mais geniais do cinema, vemos o osso jogado pelo símio se transformar em um satélite no espaço. O segundo monólito é encontrado na lua. Nele, existe um sinal de Júpiter e a confirmação de vida extra-terrestre. Em alguns anos, os seres humanos conseguem desenvolver a tecnologia para fazer a viagem até Júpiter. O terceiro monólito representa a maior dificuldade de interpretação do filme, mas percebemos que a importante questão levantada é sobre qual é o próximo passo após a morte. O starchild no fim pode representar um anjo, o renascimento do homem ou qualquer outra coisa que foge da minha capacidade de abstração.

Os astronautas da Base Clavius no filme 2001 - Uma Odisseia no Espaço
Os astronautas da Base Clavius na Lua. © 1968, MGM
Keir Dullea no filme 2001 – Uma Odisseia no Espaço
O ator Keir Dullea como Dr. David Bowman em uma das cenas da Missão Júpiter. © 1968, MGM
Cenas finais do filme 2001 - Uma Odisseia no Espaço
Bowman vê um monólito preto que aparece ao lado da cama nas cenas finais do filme. © 1968, MGM

Como não se empolgar com tantos temas abordados? Como não se encantar com uma sucessão de imagens e sons sem precedentes no cinema? Ao que tudo indica, 2001 – Uma Odisseia no Espaço jamais vai deixar de ser admirado e de ser motivo de apaixonadas discussões de cinéfilos ao redor do mundo.

Assista ao novo Trailer feito em HD:

———————————————————————————————————————————————-

Bruno KnottBruno Knott é curitibano, médico e cinéfilo de plantão. Fã de Kubrick, Tarantino, Hitchcock, Kurosawa, da boa música e dos bons livros. Escreve no blog Cultura Intratecal para compartilhar suas impressões sobre o que assiste com outros admiradores da sétima arte. Prefere fugir das generalizações e dos clichês. Não tem medo de dizer que gostou de um filme considerado ruim e nem de que não foi com a cara de alguma obra-prima consolidada.