Para estrear com o pé direito aqui no Ativar Sentidos, decidi escrever sobre um dos meus filmes preferidos: 2001 – Uma Odisseia no Espaço (2001: A Space Odyssey – 1968).

Ao longo dos anos muitos já tentaram explicá-lo, mas não devemos nos esquecer dessas palavras de Arthur C. Clarke, o autor do livro e co-roteirista: “Se você entender 2001 por inteiro, nós falhamos. Queremos levantar mais questões do que respondê-las”.
Portanto, podemos nos sentir livres para interpretar e até para não entender coisa alguma, pelo menos numa primeira sessão.
Antes de comentar o filme propriamente dito, vale a pena dizer que na época do seu lançamento ele foi bem recebido pelo público hippie e mal recebido pela crítica. Com o passar dos anos, os críticos mudaram de opinião e ele foi ganhando cada vez mais fervorosos admiradores. Como um exemplo desses fãs cito o diretor John Boorman (Amargo Pesadelo), que afirmou que 2001 – Uma Odisseia no Espaço mudou a vida dele e também sua maneira de fazer cinema.
Título Original: 2001: A Space Odyssey
Título no Brasil: 2001 – Uma Odisseia no Espaço
País de Origem: Estados Unidos e Reino Unido
Gênero: Ficção Científica / Drama
Duração: 142 min
Ano de Lançamento: 1968
Estreou no Brasil: 29 de Abril de 1968
Direção: Stanley Kubrick
Roteiro: Stanley Kubrick & Arthur C. Clarke
Edição: Ray Lovejoy
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) / Stanley Kubrick Productions
Distribuição: Metro-Goldwyn-Mayer / Warner Bros.
2001 – Uma Odisseia no Espaço esbanja qualidade em termos técnicos e é extremamente ambicioso no que se propõe a discutir. A maravilhosa trilha sonora de “Danúbio Azul” embala o balé tecnológico de Stanley Kubrick. É um filme sobre a evolução da raça humana e sobre os rumos que ela pode vir a tomar. Em pouco mais de duas horas ele discute a vida extra-terrestre, a utilização de ferramentas para sobrevivência, a inteligência artificial e o maior tabu do homem: sua própria morte. Uma experiência transcendental, antropológica e filosófica que fascina do começo ao fim.

Eis a minha interpretação: o monólito observa e influência o progresso do homem. O primeiro deles aparece para os nossos não muito simpáticos ancestrais há milhões de anos, que logo descobrem o uso da ferramenta. Numa das cenas mais geniais do cinema, vemos o osso jogado pelo símio se transformar em um satélite no espaço. O segundo monólito é encontrado na lua. Nele, existe um sinal de Júpiter e a confirmação de vida extra-terrestre. Em alguns anos, os seres humanos conseguem desenvolver a tecnologia para fazer a viagem até Júpiter. O terceiro monólito representa a maior dificuldade de interpretação do filme, mas percebemos que a importante questão levantada é sobre qual é o próximo passo após a morte. O starchild no fim pode representar um anjo, o renascimento do homem ou qualquer outra coisa que foge da minha capacidade de abstração.



Como não se empolgar com tantos temas abordados? Como não se encantar com uma sucessão de imagens e sons sem precedentes no cinema? Ao que tudo indica, 2001 – Uma Odisseia no Espaço jamais vai deixar de ser admirado e de ser motivo de apaixonadas discussões de cinéfilos ao redor do mundo.
Assista ao novo Trailer feito em HD:
———————————————————————————————————————————————-
Bruno Knott é curitibano, médico e cinéfilo de plantão. Fã de Kubrick, Tarantino, Hitchcock, Kurosawa, da boa música e dos bons livros. Escreve no blog Cultura Intratecal para compartilhar suas impressões sobre o que assiste com outros admiradores da sétima arte. Prefere fugir das generalizações e dos clichês. Não tem medo de dizer que gostou de um filme considerado ruim e nem de que não foi com a cara de alguma obra-prima consolidada.