Tem cara de madeira mas não é. Ainda que se observe insistentemente as diferentes obras de Laurence Vallières, é muito provável que seja apenas tocando e sentindo a leveza do objeto, que se possa, enfim, constatar que nenhuma árvore foi derrubada.
Sustentáveis e politicamente corretas, as brilhantes esculturas representam o panorama sócio cultural do ocidente, trazendo uma reflexão à conduta do homem macaco em relação à sua escalada evolutiva.
Laurence vive e trabalha em Montreal, onde também se formou pela Universidade de Concórdia em Artes Visuais e terminou seu último ano de estudo na Universidade Estadual da Califórnia em Long Beach.
Com uma pegada bastante subversiva, a artista discorre sobre os relacionamentos humanos, as questões políticas, a maneira como o homem vem tratando os animais, os impactos no meio ambiente e propõe um desatino estético em uma escancarada e derrocada personalidade, fascinada pelos conflitos acerca do homem contemporâneo.
As esculturas vão ganhando vida a partir de esboços à mão livre, em questões que como ela mesma diz, têm significado especial para sua vida.
Após ter trabalhado por longos períodos com fotografia, pintura, metal e desenhos, Laurence passou nos últimos anos a unificar suas obras de maneira mais coesa, misturando insumos sustentáveis com esculturas que retratam o antropomorfismo às criaturas da evolução.
Apesar do estilo darwinista que retrata de maneira filosófica o conteúdo da obra e dá vida aos homens macacos, a escultora destaca em seu site oficial que é fascinada pelos aspectos que envolvem os conflitos sociais e que levam a humanidade à reflexão de que existe um contrassenso em toda a nossa suposta evolução – na visão de Laurence Vallières, ‘se é que de fato evoluímos dos macacos, moralmente, os primatas parecem estar um pouco à frente em algumas questões éticas e que se referem ao bem estar integral da sua sociedade’.