O Brasil tem raízes sertanejas e não há como negar. Antigamente, na década de 20, quando surgiu a moda de viola, a temática mais comum era o cotidiano caboclo, a lida da terra, paisagens bucólicas, a saudade e o culto à simplicidade. Com o passar dos anos, as modas sertanejas deixaram de falar da terra pra falar do amor e suas dores. E o gênero se tornou muito mais romântico que caipira.
Apesar de ser um gênero musical composto principalmente por homens, já tivemos muitas mulheres cantando sertanejo, como Inezita Barroso, Irmãs Galvão, As Marcianas, Roberta Miranda, Sula Miranda e Paula Fernandes. Mas é inegável o fato de que, durante muitos anos, os homens, em especial as duplas sertanejas estouraram um hit atrás do outro nas paradas de sucesso. Nos anos 80 e 90, Leandro e Leonardo, Zezé di Camargo e Luciano, Chitãozinho e Xororó, foram algumas das duplas que mais lançaram músicas do sertanejo romântico. Atualmente, a safra tem sido composta por Victor & Léo, Jorge & Mateus, João Bosco & Vinícius, João Neto & Frederico, entre outros meio iguais e nada diferentes, confesso que confundo as vozes deles todos.
Nesse universo super dominado por machos que cantam suas dores e maldizem as mulheres que os traíram ou deixaram, foi com grata surpresa que no segundo semestre de 2016 vimos explodir uma leva de mulheres sertanejas. Claro, que a gente já tinha a Paula Fernandes e a Thaeme Mariôto, duas fofinhas, que cantam músicas bem docinhas sobre o amor eterno, o coração batendo forte, a paixão pelo mocinho da balada; um lance meio princesinha. Mas nada nos preparou para o baque que foi ouvir as novas rainhas do sertanejo.
Gente, vamos combinar que o que tá em alta é o romantismo sofrido, porque o que a gente gosta mesmo é de colocar o dedo na ferida aberta, chorar as pitangas e lamentar o leite derramado. Bom, mas quem são essas rainhas afinal? Elas tem uns nomes meio iguais e fáceis de confundir, mas foram os maiores fenômenos de 2016 e prometem continuar nas paradas de sucesso em 2017. Maiara & Maraisa, Simone & Simaria, Naiara Azevedo, Marília Mendonça e Paula Mattos são nomes pra você procurar agora no Spotify, YouTube, Deezer, escutar na rádio, comprar DVD e os cambaus.
São umas minas desbocadas, festeiras, cachaceiras, sem pudores e frescuras. Que também cantam suas dores de amor, falam de dor de cotovelo, traição, sofrência, mal dos homens e não ficam atrás de nenhuma dupla de grande sucesso. São mulheres reais, mais empoderadas, que saíram da fantasia do pássaro de fogo pra falar que vão ao bar, que pegam o marido com outra no motel e dá a volta por cima, que sofre com o pé na bunda, mas que não quer ficar em casa lamentando o coração partido.
Cada uma delas tem um estilo e gosta de cantar temas mais específicos. Vamos conhecer os maiores hits dessas maravilhosas:
Marília Mendonça
Marília, por exemplo, é a rainha da sofrência, tadinha. “Infiel”, “Eu Sei de Cor”, “Meu Cupido é Gari”, “Como Faz com Ela” e “De Quem é a Culpa?” são seus maiores sucessos.
Maiara & Maraisa
Maiara & Maraisa são as debochadas da turma. Fazem graça com aquilo que faz qualquer um sofrer e gostam mesmo de falar em cachaça, balada e pegação. “10%”, o hit chiclete dos infernos, “Medo Bobo” e “No Dia do seu Casamento” tocam sem parar nas playlists por aí.
Naiara Azevedo
Naiara (bff das gêmeas M&M) seria aquela sua amiga barraqueira e que adora uma confusão. Pelo menos no estilo das músicas, na vida real a moça parece de boinha. Se você ainda não ouviu “50 reais”, não sem em que país tá vivendo. Além desse sucesso, tem também “Ex do Seu Atual” e “Ele Não Merece a Gente”.
Simone & Simaria
Simone & Simaria, coitadas, essas parecem ser sem sorte no amor (pelo menos nas músicas, porque as bonitas são casadas). As letras mais falam de “pé na bunda” que outra coisa. “126 cabides” (ô tristeza), “Quando o Mel é Bom” e “Meu Violão e um Cachorro” são algumas das tristezas que a dupla de ex backing vocals do Frank Aguiar cantam.
Paula Mattos
A Paula, podemos dizer que é a mais light da realeza. Talvez a mais parecida com a Paula Fernandes dessa safra. “Que Sorte a Nossa” e “Rosa Amarela” brindam o amor e o romance que deu certo.
Ou seja, tem música das rainhas pra todo gosto. Que sorte a nossa ter tanta mulher empoderada dominando o mercado musical nesse momento. Sucesso pra elas!