Home 7º SENTIDO Papa Francisco, o homem do povo

Papa Francisco, o homem do povo

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Com um forte impulso simplificador e modernizante, Francisco (em latim: Franciscus) é o nome escolhido por Jorge Mario Bergoglio, o 266º Papa da Igreja Católica e atual Chefe de Estado do Vaticano, que sucedeu o Papa Bento XVI, após este abdicar ao papado em 28 de fevereiro de 2013.

Papa Francisco (Pope Francis).
Papa Francisco. Foto: Divulgação

Após longo período de franca decadência da Igreja Católica com escândalos envolvendo pedofilia, patrocínio de armas para fabricantes de Guerra e o atraso diante do salto que a sociedade sofreu nas últimas décadas; eis que surge um homem que, mesmo evitando aparições na mídia e possuindo hábitos simples, vem causando furor e comoção pública por onde passa; trazendo seguidores de todos os locais do mundo, principalmente entre os ‘não católicos’ e ‘ateus’.

Mas não é para menos: o Papa utiliza o transporte coletivo e não frequenta restaurantes, pois prefere uma alimentação leve e saudável. Realmente singelo, ele abdicou de todo o luxo nos aposentos do Vaticano e seu quarto foi todo remodelado com mobiliária simples – apenas uma cama de solteiro, uma cômoda e um armário para guardar seus pertences.

Ao ser eleito, o novo pontífice escolheu o nome de Francisco. Segundo o próprio, uma referência a Francisco de Assis, fazendo efeito à “sua simplicidade e dedicação aos pobres” e motivado pela frase dita por Dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, logo após sua eleição, ainda na Capela Sistina: “Não esqueça dos pobres”.

Francisco vem surpreendendo cada vez mais. Suas declarações são corajosas e vem impactando a sociedade tradicional e ortodoxa pela linguagem simples e modernizadora que transmite esperança aos mais pobres, num claro discurso contra o capitalismo, a corrupção da mídia e a ditadura do poder sobre a massa. Assim, o chefe supremo da Igreja Católica vem arrecadando multidões pela sua simplicidade, ativismo e coragem.

No dia 18 de junho de 2015, o Papa fez declarações sobre a alma dos animais, outorgando-lhes o mesmo céu que, até então, era de exclusividade dos humanos; e indo mais além, declarando em seu Twitter que não devemos comê-los, visto que a cultura do relativismo só é relativa para quem explora, para quem é explorado é algo objetivo: maus tratos. Nesta mesma declaração, o Papa afirmou ainda, que se faz a urgente reforma de uma revolução cultural.

Papa Francisco fez declarações sobre a alma dos animais, declarando em seu Twitter que não devemos comê-los.

Os homossexuais também não ficaram de fora. No dia 29 de julho de 2013, as declarações do Papa Francisco voltaram-se contra a intolerância em relação aos homossexuais, principalmente na Igreja Católica. Ao ser questionado pelos jornalistas, respondeu: “Quem sou eu para julgar os gays?”

Muitas curiosidades permeiam o universo do novo líder católico mundial, fazendo dele uma figura realmente espetacular se comparado ao estereótipo condicionado aos homens da sua posição. Ao invés de fazer declarações somente pelo portal do Vaticano, Francisco utiliza as redes sociais, como o Twitter, para comunicar-se com o povo; e agrega costumes comuns à sua figura pública: apreciador de música clássica, literatura e associado torcedor do clube de futebol San Lorenzo de Almagro.

Os latinos estão eufóricos, Francisco é o primeiro Papa nascido no continente americano e também o primeiro latino-americano, sendo o primeiro pontífice do hemisfério sul e o primeiro papa a utilizar o nome de Francisco. Além disso, é o primeiro pontífice não europeu em mais de 1200 anos e também o primeiro papa jesuíta da história. (Uau!)

Se focarmos no real significado da palavra ‘comunista’ que vem do latim (bem comum/communis – comunhão universal), este realmente é o termo que, por assim dizer, define Francisco. Pelo menos, é o teor de suas declarações em sua vinda à América do Sul, quando recebeu o crucifixo em forma de foice e martelo do Presidente boliviano, Evo Morales. Para desviar a atenção do seu discurso totalmente contra o capitalismo, a mídia tratou logo de redesenhar um “tititi” em torno da expressão do Papa ao receber o presente, que na verdade, trata-se um objeto histórico que é réplica de um figura esculpida pelo jesuíta espanhol, Luis Espinal Camps – padre torturado e morto por paramilitares em 1980 ao lutar pela liberdade, contra a censura e a violência no país, não trazendo nenhum significado ideológico e sim, um grito de liberdade.

Charge sobre as declarações em sua vinda à América do Sul, quando recebeu o crucifixo em forma de foice e martelo do presidente boliviano, Evo Morales.

Para quem se preocupa com minúcias e ideologias, jogo de poder e cabos de guerra, essa cruz pode ter um efeito moral devastador, mas não para ele – um homem extremamente culto e aberto aos novos tempos. Alguns, a recém estão abrindo os olhos para o mundo, mas, no período de 1980 a 1986, Francisco já tinha sido eleito reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de San Miguel, e, após seu doutorado na Alemanha, foi confessor e diretor espiritual em Córdoba. Além do espanhol, fala fluentemente italiano, francês, alemão e inglês, tendo razoáveis conhecimentos de português e cultura geral.

Habemus Papam!