Home OLFATO Temple of The Dog: O que é bom dura pouco!

Temple of The Dog: O que é bom dura pouco!

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“Eu posso ouvir você dizer que o mundo em preto está em suas costas, e seu corpo balança. Então você se distancia e você fecha as cortinas. Não tente fazer isso, não tente matar seu tempo. Você pode conseguir! Então você não poderá mudar de ideia. Você deve se agarrar a seu tempo até que você passe desses tempos ruins.” – Isso é Temple of The Dog.

A extinta banda Temple of The Dog em ação.
A extinta banda Temple of The Dog em ação. Foto: Reprodução

Estou me ausentando por um tempo, tempo que por mais que seja curto será longo. E o Ed me sugeriu preparar um texto como uma forma de até logo. Sugeriu também que eu escrevesse sobre alguma banda que eu gosto. Fiquei em dúvida entre Joy Division, Travis e Nada Surf. Depois de analisar qual seria a melhor opção para o momento, decidi pelo Joy Division. Dias depois, sento em frente ao computador decidido a falar sobre o Joy. Aperto o play do rádio e toca Temple of The Dog. Daí, toda aquela certeza que tinha acabará de morrer. Ou melhor, ela foi assassinada por outra certeza tão esmagadora como uma bola de neve que rola montanha abaixo. E o Temple tornou-se a minha escolha inabalável.

Temple of The Dog foi um grupo de grunge formado em Seattle, em 1990, por Chris Cornell (vocalista do Soundgarden), como tributo ao incrível Andrew Wood, vocalista do Mother Love Bone que morreu de uma overdose de heroína no mesmo ano de criação da banda.

A banda era composta por Cornell (vocal) e Matt Cameron (bateria), integrantes do Soundgarden; Jeff Ament (baixo) e Stone Gossard (guitarra), ex-membros do Mother Love Bone. E também pelos até então desconhecidos, Eddie Vedder (vocal) e Mike McCready (guitarra).

Em 16 de abril de 1991, a banda lançou um álbum homônimo pela A&M Records, seu primeiro e único. Apesar de ganhar críticas bastante boas na época de lançamento, o disco não teve o reconhecimento merecido. Mas isso mudou quando Vedder, Ament, Gossard e McCready explodiram com o primeiro álbum do Pearl Jam, Ten, em 1992. Esse disco entrou para lista dos 500 melhores álbuns de todos os tempos, feita pela revista Rolling Stone.

Capa do primeiro disco da banda Temple of The Dog.
Capa do primeiro e único disco da banda. Foto: Reprodução

O disco é composto por 10 faixas, com destaque para Say Hello 2 Heaven e “Reach Down”, que foram compostas por Cornell quando tomou conhecimento da morte do amigo. E também a belíssima “Hunger Strike”, onde Cornell e Vedder protagonizam um dueto inesquecível. Ouço está música e sinto algo inexplicável, é como se o tempo parasse dentro do próprio tempo. Estou ouvindo-a agora, e o que é o Chris Cornell e o Eddie Vedder cantando? Sim, o tempo para!

A letra dessa música não me acomete tanto, é mais pela melodia, e claro, por ser cantada pelo Eddie (que é meu maior ídolo do âmbito musical) e pelo Cornell, que pra mim, depois do Eddie tem a melhor voz. Mas só depois do Eddie.

Mas, sem dúvidas e questionamentos, minhas favoritas são: “Times of Trouble” (onde parte traduzida tornou-se a introdução do texto), Call Me a Dog e “Your Saviour”, ambas me agradam tanto por suas melodias como por suas letras.

Logo após a finalização do álbum, a banda fez seu único show em 13 de novembro de 1990. Porém, em setembro 1992, o Pearl Jam e o Soundgarden reuniram-se no festival Lollapallooza, proporcionando aos fãs momentos únicos, e mostraram que o bom até pode durar pouco, mas que pode haver várias doses de um bom pouco duradouro, e que cabe a nós aproveitar desses momentos raros e preciosos.

Não é tão incomum ver o Chris Cornell fazer participações nos shows do Pearl Jam, e nessas ocasiões pode-se ouvir “Hunger Strike” e Reach Down. A mais recente participação foi em 2011, em comemoração aos 20 anos do Pearl Jam. E nesse show até os “não nostálgicos” sentiram a mais pura nostalgia dentro de seus corações.