A gente se ilude pensando que pra esquecer alguém basta está longe. Na prática conseguimos isso fisicamente, contudo, o pensamento e o desejo estão sempre nos torturando. Ali, dentro de você, te fazendo lembrar. Fica te pedindo pra procurar, relembra do carinho e da vontade louca de viver tudo novamente.

A realidade agora é outra, aquele alguém foi embora. Mudou até de cidade. Mas o pensamento vai longe, atravessa barreiras, e traz quem está longe pra bem próximo de você. Já não sabe mais o que fazer com tanta saudade. Começa uma procura incessante por fotografias, bilhetes, cartas, e-mails, mensagens, presentes, ou qualquer coisa que te faça lembrar. A única solução que te resta é tentar esquecer. Excluir tudo e todos que te trazem recordações. Mas não consegue apagar da memória o que viveu, por ter sido tão verdadeiro e único. Na tentativa de esquecer, acaba lembrando o quanto ainda gosta.

Esse tipo de fuga comumente associada a tentativa de desapego, é uma perda de tempo, sem sentido ou propósito. E acredito que erra mais quem tenta controlar o incontrolável, quem tenta esquecer o inesquecível e não dá uma segunda chance aos verdadeiros sentimentos. Tenta precipitadamente abafá-los dentro de ti como se fosse tão simples assim. De nada adianta fingir que terminou, tentar ser amigos, ou se distanciar por rancor.

Depois de uma certo tempo você já se envolveu com tantas pessoas que você aprende que sempre existirá outro alguém. Outros momentos, outras alegrias, instantes que até te fazem esquecer. E então, compreende que o difícil não é esquecer… O difícil é amar outro alguém!

* Para quem gostou, que tal ler novamente escutando a música “Codinome Beija-Flor”?