Ou de nós. Estamos juntos. Nós dois juntinhos. Não que eu renegue o meu estado civil, pelo contrário. Gosto da liberdade, da praticidade, da inexistência de cobranças desnecessárias. Mas de que adianta um namorado para chamar de meu e mesmo assim se sentir sozinha? Não dá pra acreditar, mas já me senti assim inúmeras vezes. Ser muitas vezes é mais que Ter. Um título, um rótulo, e não repete a faixa da canção, amor, amor.
Quero um namorado para chamar de meu… Meu dengo, meu cheiro, meu bem, meu bebê, meu pequeno, meu neném… Meu amor! Meu tudo aquilo que a gente fala quando estamos apaixonados.
Raros são aqueles que se fizeram presentes, não apenas fisicamente, mas emocionalmente e espiritualmente falando. Que saudade, aquilo sim é que era homem. Vai lá, conta de dedo quem valeu a pena na sua vida. Aproveita e manda um beijo e procura saber como está. Casado sim senhor, só pode estar. Quantos pobres amadores apaixonados já não fizeram de tudo para conquistar a mulher desejada. E sofreram as amarguras de um coração cheio de ilusão de amor, fantasia, imaginação. E que, sem ter seu carinho, o seu amor, se sentiram sozinhos e se afogaram em solidão. Homens que praguejavam, principalmente os não-correspondidos, e juraram que te amaram como ninguém irá te amar. Ele gosta tanto de você… Dá mais uma chance. Mas pra quê? O que deu errado antes tem tudo para dar errado novamente. Senão foi, não era pra ter sido. Não era seu, nem de ninguém, o destino vai seguindo e tomando outros rumos que devemos no mínimo aceitar o fluxo inevitável da vida. Há dúvidas que pelejam, apertam a nossa mente e nos deixam zonzo. É que não sei se ela quer, parece que quer, mas não vem. E não sei se ele quer, parece que quer, mas também não vem. A diferença mora exatamente nas atitudes.
Queria um namorado para dançar valsa no meu aniversário, depois do “Parabéns pra você”. Para dançar no casamento e inventar coreografia, cumprimentar os convidados de mãos dadas, de mesa em mesa, e pousar para foto clássica de casal. Aê!!! Somos um casal? Só por fazer o que é de praxe de vezes em quando, pra manter a linha e as aparências? Eu te imploro por favor: já tenho uma certa idade e não me convém separar neste momento, não me escreva dizendo que vai embora, fique, eu fingo ser uma namorada perfeita, esposa, amante. Ainda que me falte coragem para romper um relacionamento de mais de sete anos, o meu coração há tempos me diz que é só amizade. Não que eu não goste de você, entenda, eu gosto, ainda te acho a coisa mais linda, bate no peito, eu te amo, mas é amor de carinho, de afeto, de amizade. Vamos confessar juntos que a gente mal se beija, aquele beijo de novela, de arrepiar, não sinto nem vontade, é só costume da companhia, um amor amigo. E quando já estivermos em outra, quando achar que finalmente amadurecemos e decidimos o melhor pra nós dois. Mas não. O medo cega e nos faz continuar na mesmice de sempre, sem o amor verdadeiro. Por que há muitos que vivem por aí assim deste jeito tão medíocre.
Eu seria mais feliz se tivesse um namorado pra chamar de meu, para todo mundo ver o quanto sou feliz e pensar que somos um casal perfeito – só assim. Se possível, deixa de ilusão: entra na sua casa interna e faz uma reflexão. Quantas vezes seu coração acelera ao encontrar a outra mão? A vida grita o nosso nome e nos desperta flashbacks – nós dois, naquela noite, duas da manhã e nada de dormir. Insônia de amor.
Queria um namorado pra chamar de meu e que desperte amor em meu coração. Por favor, não me esquece. Está frio sem você, e não compreendo bem porque ainda durmo sozinha, se a cama é enorme demais para uma pessoa só. Vem, me hipnotiza com sua respiração junto a minha. Vem!