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Ameaça Atômica

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Por Edvando Junior

Terremotos, tsunamis, furacões, erupções vulcânicas… O planeta continua apresentando sintomas dos maus tratos ocasionados pelo homem. De 10 anos para cá, só o que temos visto foi cada vez mais catástrofes naturais acontecendo e com uma frequência cada vez maior. A Terra agoniza, e se nós não mudarmos nossos hábitos de vida e consumo dos recursos naturais, como será o futuro das próximas gerações?

A recente tragédia no Japão, novamente desperta a humanidade para o perigo da energia nuclear. O terremoto seguido de tsunami que devastou a cidade de Sendai e já registra mais de 10.000 mortos e 17.000 desaparecidos até agora, foram eventos naturais que não podemos dominar. Mas as explosões nos reatores da usina nuclear de Fukushima, essa sim é uma consequência da atividade humana. Se os governos tomassem medidas para desativar as usinas nucleares e substituí-las por energias limpas (solar, biomassa, eólica…), evitariam que mais mortes e contaminação por radioatividade continuassem acontecendo.

Veja como funciona uma Usina Nuclear:

O funcionamento de uma usina nuclear é bastante parecido ao de uma usina térmica. A diferença é que ao invés de nós termos calor gerado pela queima de um combustível fóssil, como o carvão, o óleo ou gás, nas usinas nucleares o calor é gerado pelas transformações que se passam nos átomos de urânio nas cápsulas de combustível. O calor gerado no núcleo do reator aquece a água do circuito primário. Esta água circula pelos tubos de um equipamento chamado Gerador de Vapor. A água de um outro circuito em contato com os tubos do Gerador de Vapor se vaporiza a alta pressão, fazendo gerar um conjunto de turbinas que tem junto a seu gerador elétrico. O movimento do gerador elétrico produz a energia, entregue ao sistema para distribuição.

Chamam-se Nucleares por que utilizam a fissão nuclear, isto é, os átomos são quebrados numa máquina chamada reator, emitindo uma grande quantidade de calor. Além do calor, é gerado um produto chamado Rejeito Nuclear, material que contém altíssimas quantidades de radioatividade, extremamente nociva para todas as formas de vida, cancerígena, causa leucemia e outras formas de câncer e demoram cerca de 100.000 anos para diminuírem sua carga tóxica. A fissão nuclear é a principal aplicação civil da energia nuclear. É usada em centenas de centrais nucleares em todo o mundo, principalmente em países como a França, Japão, Estados Unidos, Alemanha, Suécia, Espanha, China, Rússia, Coréia do Norte, Paquistão Índia, entre outros.

Levando-se em consideração a produção total de energia elétrica no mundo, a participação da energia nuclear saltou de 0,1% para 17% em 30 anos, fazendo-a aproximar-se da porcentagem produzida pelas hidrelétricas. De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) no final de 1998 havia 434 usinas nucleares em 32 países e 36 unidades sendo construídas em 15 países. (Veja também a história da energia nuclear).

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Bons exemplos precisam ser multiplicados:

Essa semana foi lançada a pedra fundamental de uma usina eólica em construção no Pólo Industrial de Camaçari, na Bahia. A nova unidade, será entregue no segundo semestre deste ano e vai gerar 150 empregos diretos e 500 indiretos. A planta terá capacidade instalada de 300 MW/ano, e os investimentos serão de ordem cerca de R$ 50 milhões. Os recursos serão destinados ao projeto e aquisição de equipamentos.

A Alstom (grupo industrial francês) está presente no Brasil há 55 anos, atuando ativamente nas áreas de transporte ferroviário, geração e transmissão de energia. O mercado de energia eólica passa a ser um dos grandes focos de trabalho da companhia, que já fechou seu primeiro contrato no País. Em Julho de 2010, a Alstom assinou um contrato no valor de 100 milhões de euros com a empresa brasileira de geração de energia renovável Desenvix, subsidiária do grupo econômico Engevix, para a construção de um complexo eólico de 90 MW, também no Estado da Bahia. O Complexo de Brotas consistirá em três usinas eólicas denominadas Macaúbas, Novo Horizonte e Seabra. De acordo com os termos e condições do contrato, a Alstom está fornecendo 57 turbinas eólicas ECO 86 de 1,67MW cada, cujos principais componentes estão sendo fabricados na Espanha e no Brasil. As três usinas eólicas deverão entrar em operação em julho deste ano.

O Brasil atingiu 3.9 GW em projetos eólicos leiloados em 2009/2010 e espera um incremento de 2GW a partir de 2011 em diante. A empresa acredita no potencial eólico mundial como alternativa aos outros modelos de geração de energia e países como o Brasil, que contam com a força dos ventos, tornam-se regiões fundamentais para investimentos da empresa, que incentiva a geração sustentável e com mínimo impacto ao meio ambiente.

Os governos do Brasil e do mundo precisam investir mais dinheiro em pesquisas para geração de energia limpa, ao invés de continuar gastando milhões em energia nuclear. Deveriam construir mega usinas de energia solar no semi-árido nordestino e em áreas de desertificação espalhadas pelo mundo. Já está comprovado que não podemos nos igualar a Deus, mesmo assim brincamos com a vida humana e nos autodestruímos sistematicamente.


É preciso respeitar o meio ambiente, o planeta e a natureza.
É preciso criar uma nova ordem que respeite e preserve a vida aqui na Terra.

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Cadeirante, cidadão, designer gráfico, apaixonado por projetos de sustentabilidade e tudo que diz respeito a preservação da natureza. Atualmente estou viajando no mundo das palavras, nessa gratificante sensação de exprimir sentimentos para ativar os sentidos. @edvandojr