AMOR. Uma palavra. Quatro letras. Infinitas associações. Tão antigo quanto a vida, é um dos sentimentos mais abordados de todos os tempos e nem de longe o mais compreendido. Existe algo um tanto mítico no amor que torna sua compreensão abstrata ainda que sua presença seja constante.

Nos deparamos com diversas faces do amor todos os dias, e somos tocados por ele de diferentes maneiras ao longo da nossa vida. O livro “Os Seis Caminhos do Amor”, do bacharel em filosofia Alexey Dodsworth, é uma bem sucedida proposta de desmistificar o amor de uma forma compreensível para a maioria das pessoas e sem cair em clichês. Por meio de relatos atuais e mitos filosóficos e astrológicos o autor nos mostra o tema sob outros prismas, e nos conduz à descobrir que esta tão almejada dimensão tem, na realidade, seis nomes. Sendo amor uma dimensão extremamente associada à felicidade requer o trabalho da filosofia para ser bem administrada, já que é para isto que serve esse conhecimento. A filosofia se ocupa da felicidade e aprender a viver bem é um de seus maiores objetivos. E uma de suas maiores virtudes é não nos atar à imobilidade da certeza.
Quiroga afirma, em seu prefácio para o livro, que:
quando o tema é importante, e sem dúvida o do amor o é, vale a pena dizer a verdade, sem medo de que ela possa vir a ser questionada, mas com o intuito de elevar o raciocínio a uma dimensão na qual, no mínimo, todo questionamento sirva ao esclarecimento, e não ao mero exercício das opiniões.
Título Original: Os Seis Caminhos do Amor
Autor: Alexey Dodsworth
Editora: Verus
Lançamento: 2012
Gênero: Autoajuda / Relações Interpessoais
Nº de Páginas: 292
Formato: 14 x 21 cm
Acabamento: Brochura
Este livro faz parte da coleção Personare, um portal de autoconhecimento, harmonia e bem-viver.
Site da Personare: www.personare.com.br
Logo nas primeiras páginas do livro encontramos um esclarecimento básico que abre a jornada de reflexões, não tão individuais, para a compreensão do tema: a diferença entre o amor substantivo e o amor verbo. Em ambos os casos o amor é uma afirmação, um ato de vontade, um desejo de viver. O primeiro é o amor pelo qual as pessoas esperam as vezes uma vida inteira, um amor que não está em nós. Metamorfoseado em algo externo que nos falta, este nos faz oscilar entre o medo de não tê-lo e o tédio ou medo da perda que sentimos ao alcançá-lo. O segundo é um amor que existe dentro de cada um de nós. E é de responsabilidade exclusivamente nossa já que não depende de nada exterior além de nossa própria vontade para existir.
Ao encararmos o amor como uma coisa única, perdemos de vista suas sutilidades e ingenuamente passamos a abordar coisas distintas de uma mesma maneira. Neste livro somos apresentados a seis conceitos gregos, seis formas diferentes de se vivenciar aquilo que nós atualmente chamamos unicamente de amor: ágape, o amor altruísta; pathos, o amor paixão; philia, o amor amizade; ludus, o amor jogador; pragma, o amor conveniente; e eros, o amor sensual. Seria, então, somente via combinação destas seis faces que alcançaríamos o tão almejado amor verdadeiro? Seria utopia almejar um desenvolvimento equilibrado entre as seis faces do amor? Jung certa vez disse que ninguém pode ser completo neste mundo mas que o mundo em si é completo. Como é de se esperar, sendo o equilíbrio o caminho do meio, e os caminhos do meio sempre os mais desafiadores; o equilíbrio da experiência amorosa no indivíduo é uma meta de vida para aqueles que realmente se sentem destinados a buscá-la.

Este é um livro para ser saboreado lentamente. Para degustar cada exemplo, e refletir sobre cada experiência, questionando cada afirmação, ainda que não seja propriamente um “livro de filosofia” é um livro com potencial notavelmente transformador. Percebendo a importância crucial da responsabilização particular pela felicidade individual, e, que, ainda que fosse possível obter tudo o que desejamos isso não garantiria a nossa felicidade, o objetivo maior deste livro é fazer pensar, induzir a filosofar. Diferentemente de outros autores cujos livros também são classificados como autoajuda, neste temos claramente presente a intenção de honestidade em cada passagem. Abandone então toda a esperança. Chega de esperar. Um paraíso se realiza não com esperas, mas com atos. Tome consciência da sua responsabilidade e de seu potencial para o amor e veja que ele já habita sua vida.
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Mariah é gaúcha, irreverente, estuda Design e gosta de escrever nas horas vagas. Apaixonada pela natureza e por todas as formas de expressão artística – é viciada em filosofias alternativas, não vive sem música e adora uma polêmica. Aquariana até o último fio de cabelo, ama tudo o que foge do dito normal e acredita que a melhor maneira de fazer as pessoas acordarem, é dando-as um choque de realidade.

















