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Autorretrato

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Olhar para si mesmo através de lentes orienta você sobre o destino que a vida lhe confere. Compreenda mais sobre a oitava arte – A fotografia. Ela não só permite uma leitura de outro alguém como também fala conosco, e nos ajuda a entender a nossa própria grandeza e, imaginarmos um futuro que depende exclusivamente de cada um de nós para construir e viver.

Os anseios de uma menina
Os anseios de uma menina. Foto: Laila Guedes

Sabe aquele lugar que fala com a camada mais profunda de cada um de nós? O primeiro click é assim. É como um espelho que atinge as profundezas e nos leva ao entendimento das nossas raízes, adentra nos desejos e nos anseios de cada ser. Você é a pessoa mais importante da fotografia. Então foco em você sempre. Ilumine muito bem cada canto do seu rosto, corpo, sem esquecer-se do interior que deve brilhar muito mais do que o exterior. Regra básica da fotografia da vida: se a luz vem de dentro, tudo se torna claro por fora.

Todas as pessoas vivem momentos diferentes na vida dentro de um ciclo que dura um tempo indeterminado. E, muitas vezes, esse tempo dura a quantidade de energia que gastamos alimentando esse ciclo. Imagine que você tem um catavento que gira com um milhão de sopradas ao dia. E a haste que sustenta as setas está enraizada nas terras que você plantou. Como uma hélice no ar, o catavento só irá nos mostrar a direção se o vento soprar, forçando levemente ou impulsionando rapidamente a girar na velocidade da intensidade do nosso sopro. O vento pode mudar a direção, é só soprar ao contrário. Assim como pode parar de girar esse ciclo e encerrar, é só deixar de soprar. Apenas nós temos a capacidade de começar, continuar, alongar, encurtar ou encerrar. Somos movidos tantas vezes, quase sem perceber, pelo vento que sopra do nosso inconsciente. Outrora, dos nossos sentimentos. Abra a mente do seu coração para escutar o sopro do vento que vez em quando vem para te aliviar. Às vezes, criamos dúvidas se é um sopro ou malcriação do vento.

Renove sua maneira de pensar e agir. Tenha consideração aos amigos sinceros. Resolva os mal-entendidos. Cuide dos detalhes da sua vida. Se for para julgar, julgue a si próprio. Opiniões e ideias mudam o tempo inteiro. E um dia vai perceber que aquilo que tanto incomoda no outro é o que refleti em ti. Ser independente e estar sempre no comando não significam grandes coisas quando vivemos num redemoinho de mudanças. Faça boas ou péssimas escolhas, mas faça. As escolhas também formatam a linguagem de um autorretrato. O que é certo nem sempre é o melhor. E o que é errado nem sempre é o pior. Se é que existe certo ou errado. Um dia você vai perceber que uma péssima escolha com o tempo pode se mostrar uma boa escolha. Não crie raízes em lugares sem chão. A falta de paciência pode te causar perdas, e a falta de pressa ganhos. Leve a vida num ritmo confortável e que te traga bem-estar. Você é o único responsável por aquilo que foi criado até agora, onde cada um de nós é caracterizado pelas experiências que viveu e buscou.

Pescando Sonhos
Pescador de Sonhos. Foto: Laila Guedes
Sorriso, muitas vezes provoca o encontro de duas almas
“Sorriso no Olhar”, muitas vezes provoca o encontro de duas almas. Foto: Laila Guedes

Somos todos fotógrafos de si mesmo. Somos o catavento, e muitas vezes o próprio vento. Somos as escolhas, as direções, as mudanças e a vida. Fotografe a si mesmo até conseguir se encontrar. Sopre o seu rosto ao ponto de fazer o seu cabelo voar. Mude a direção ou simplesmente pare de girar feito tonto no ar. Só se torna vivo quem responde aos seus próprios questionamentos individuais. Tudo isso traz o real poder transformador das imagens que ativam todos os nossos sentidos. Seja verdadeiro, seja de verdade… Seja cada dia mais você mesmo. Siga a sua intuição, mas não deixe o vento te levar. O autorretrato é o silêncio da alma de um olhar que faz barulho ao piscar. Click!

Se a gente não sabe quem é
Se a gente não ama quem a gente é
Ao se olhar e não se ver
Não decifra os mistérios do seu próprio ser

É que você e você mesmo não se resolve assim
Como um vento que sopra no ar
Sem amor
Se não for
Ao encontro do seu eu
Perderá a sensação de se autoconhecer

É que você e você mesmo não se encontra assim
Como um click de um outro olhar
Sem amor
Se não for
Ao encontro do seu eu
Perderá tempo na busca em vão do que é seu

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Laila GuedesLaila Guedes é publicitária, produtora, roteirista e diretora de vídeos e programas de TV. Fotógrafa nas horas vagas, também é apaixonada por música, literatura e cinema. Uma mulher comum com pensamentos comuns. O que difere é que ama com o coração e permite que a sua alma seja tocada, sem deixar de acreditar. Vive um estilo de vida saudável, cuida do Corpo, da Mente e da Alma. Quer saber mais? Acesse o seu blog pessoal.