Imagina passar a vida inteira em um quarto pequeno. Aquele passa a ser o mundo para a pessoa. E nada mais faz sentido. Essa é a premissa de O Quarto de Jack (Room – 2015), um dos melhores filmes que assisti nos últimos meses.
Protagonizado por Brie Larson (Anjos da Lei) e Jacob Tremblay (Os Smurfs 2), O Quarto de Jack é um filme sobre inocência e imaginação infantil. Ma (Larson) vive em cativeiro desde os 17 anos, quando foi sequestrada quando voltava da escola e Jack (Jacob), desde que nasceu. Tudo que Jack conhece está naquele quartinho. A TV, a cama, a banheira, o armário, a mesa, as cadeiras e a pia são alguns de seus amigos. E a mãe faz de tudo para tornar seu inferno particular em uma vida feliz para seu filho.
Quando Jack faz cinco anos, Ma completa sete anos em cativeiro. E ela decide que Jack merece mais que viver em um quarto pelo resto de sua vida. E decidindo isso, planeja a fuga do filho do lugar onde ela perdeu parte da sua vida e sua juventude…
Para Jack nada precisa mudar. Ele gosta do quarto, de ter a mãe como companhia, de ganhar os presentes de domingo que o Velho Nick traz e de olhar o mundo através da televisão mal sintonizada. Jack acredita é que o mundo se resume a ele, a mãe e ao cara que aparece alguns dias da semana e faz com que ele tenha que dormir dentro do guarda-roupa.
Para Ma, aquilo apenas precisa acabar. Ela acha que Jack merece conhecer o mundo, as cores, as pessoas, os animais de verdade e não apenas o da TV. Ela sente que a vida não deve acabar ali e luta por isso. Ma conhece o mundo e todas as coisas incríveis que o habitam e deseja o mesmo para o pequeno filho.
Ao descobrir o mundo exterior, Jack se sente confuso. Quer seu mundo de volta. Quer voltar para O Quarto. Para Jack, que nunca tinha conhecido nada diferente, O Quarto era perfeito. E Ma, ao deparar-se novamente ao mundo do qual foi tirada, não sabe o que fazer com ele. O que era para ser felicidade torna-se angustia. A medida que Jack se encontra, Ma se perde. É difícil não se envolver com a trama.
Título Original: Room
Título no Brasil: O Quarto de Jack
País de Origem: Canadá e Irlanda
Gênero: Drama
Duração: 117 min
Ano de Lançamento: 2015
Estreou no Brasil: 18 de fevereiro de 2016
Direção: Lenny Abrahamson
Roteiro: Emma Donoghue (baseado em seu livro homônimo)
Edição: Nathan Nugent
Música: Stephen Rennicks
Estúdio: A24 Films
Distribuição: Universal Pictures
Site Oficial: www.roomthemovie.com
Eu já li livros e relatos de pessoas que ficaram anos aprisionadas, sem esperança de conseguir retornar para a vida da qual foram roubadas. No canal ID sempre são contadas histórias reais como a contada em O Quarto de Jack, mas mesmo com a temática pesada o filme conseguiu ser sensível e emocionar pela beleza e não pela dor.
O Quarto de Jack é um filme sensível, encantador e emocionante. Jacob Tremblay deu vida a um Jack incrivelmente dócil, puro e inocente como toda criança deveria ser. E Brie Larson emociona por sua força e ao mesmo tempo, fraquezas de uma mãe e mulher que busca recuperar dentro de si a vontade de viver pela qual tanto lutou.
O longa venceu o principal prêmio do People’s Choice Award em sua estréia em Toronto. Além disso, concorreu ao Oscar para o prêmio de Melhor Filme contra Pontes de Espiões, Brooklin, Perdido em Marte, Mad Max: Estrada da Fúria, O Regresso, A Grande Aposta, perdendo para e Spotlight: Segredos Revelados. Porém, Brie Larson levou a melhor na disputa contra Jennifer Lawrence, Charlotte Rampling, Saoirse Ronan, Cate Blanchett e abocanhou o Oscar de Melhor Atriz por sua atuação no filme.