Em 2014, a Copa do Mundo de Futebol volta ao Brasil depois de 64 anos. E, começa a neurose ao lembrar da expressão “Maracanaço”, em referência à partida que decidiu a Copa de 50 a favor da Seleção Uruguaia de Futebol, deixando desolados os brasileiros. Uma data: 16 de Julho de 1950. Um placar: Uruguai 2 X 1 Brasil. Um estádio: Maracanã, no Rio de Janeiro. Um fantasma: Maracanaço.
A história daquele jogo fatídico deu origem ao documentário uruguaio Maracaná (2014), dos diretores Sebastián Bednarik e Andrés Varela, baseado no livro “Maracanã, a história secreta” do historiador também uruguaio Atilio Garrido. A película lança um novo olhar sobre um dos jogos mais marcantes da história do futebol, expondo os dois lados, com a alegria de quem triunfou e com o respeito àqueles que perderam. Recorda os 20 anos antes da primeira Copa no Brasil; o primeiro título do Uruguai; as Copas do Mundo que aconteceram sob influência fascista; o longo período sem o campeonato, por conta da Segunda Guerra Mundial; os preparativos para que o Brasil sediasse o torneio e como a derrota em casa mexeu com o país. O filme também trata do contexto político dos dois países. No caso do Brasil, era ano de eleição, como será novamente em 2014. Já os uruguaios enfrentaram adversidades, pois os jogadores tinham empregos fora do futebol, antes da conquista do título mundial na casa da Seleção Brasileira.
Não há como fugir. Ao lado da Espanha, o Brasil é o único campeão mundial que não conseguiu vencer em casa. E isso me deixa nervosa, porque sei que se o Brasil for para final com o Uruguai talvez a façanha se repita. E fico ainda mais nervosa me perguntando: “Será que haverá um novo Maracanaço?”. Não, eu sei: o raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Mas só de pensar que tudo pode acontecer novamente, me enlouquece. Então resolvi que vou enterrar o fantasma azul. Pronto! Vou ignorar essa reveses da história do futebol. Tentarei assistir aos jogos sem a minha mente invocar os fantasmas de 1950, que é mais midiático do que futebolístico. Tentarei não lembrar que os uruguaios levantaram a taça no Maracanã. Apesar de ser praticamente impossível ligar a TV e não ser bombardeado com campanhas publicitárias em alusão bem-humorada ao ‘fantasma’ de 1950. Os uruguaios terão agora a oportunidade de reviver as glórias do passado, ou não.
O fato do Brasil ser considerado o país do futebol, e logo o país do futebol ter perdido a primeira Copa em casa, faz com que a seleção brasileira tenha a obrigação de ganhar a segunda Copa em casa? Muito grande a responsabilidade, mas parece não está atingindo o time. Segundo, Carlos Alberto Parreira, que faz parte da comissão técnica de Luiz Felipe Scolari – “Os jogadores estão imbuídos da importância de ganhar a Copa em casa. Temos um time muito bom, ao contrário do que muita gente pensa”. Então, é confiar na experiência e convicção de Parreira, e emanar energias positivas para que o troféu da Copa do Mundo já tenha um destino certo: as mãos de Thiago Silva, capitão da seleção brasileira.
Adiós al Fantasma del Maracanazo!
* Agradecimento especial a Micro & Soft Informática pelo apoio na realização deste projeto especial.