Alguém aqui lembra de Erasure? Provavelmente não! – a propósito, eu era literalmente um gatinho de berço nesta época [#sóquenão]. Constrangimentos a parte… Bom, foi a primeira coisa que me veio à cabeça quando eu escutei Dino Merlin, uma mistura de rock progressivo com bastante marcação de teclado e um vocalista com pinta de Bono Vox são os elementos que compõem um som alternativo típico daqueles que curtem The Cure, Erasure, Roxete, etc. Tudo isso batido num liquidificador com uma pitada de Titãs. Deu pra entender?

Aos 51 anos, nascido em Sarajevo, Dino Merlin é um renomado compositor, músico e cantor bósnio e também é muito popular, tanto neste quanto nos outros países que fazem parte da ex-Jugoslávia.
O cara faz tanto sucesso por lá, que em 1991, depois de 8 anos à frente da banda que ele mesmo criou, chamada Merlin, decidiu iniciar uma carreira solo que vem dando muito certo até hoje. Com a banda foram 5 álbuns de estúdio, já na carreira solo Dino soma 7 discos, sendo dois registrados ao vivo e mais o recém lançado Hotel Nacional (2014).
Com letras reflexivas, românticas e ousadas, suas músicas descrevem a passagem do tempo e a ambiguidade quase mordaz da vida cotidiana, num som carregado de discursos bem contemporâneos que fazem a cabeça das mentes pensantes da Europa. Muito inteligente, Dino Merlin foi o escritor do primeiro hino nacional da Bósnia e Herzegovina, chamado “Jedna si jediná”.


Embora nas Américas, Dino não seja nada conhecido. E um exemplo disso é que, se você procurar na internet, irá encontrar muitas fotos e quase nenhum texto em português que fale sobre a carreira do cantor bósnio. Na Europa, o cantor é bem mais conhecido. Participou duas vezes do famoso Festival Eurovision, onde os artistas europeus se apresentam representando seu país e defendendo suas próprias canções. Sua primeira participação foi na edição de 1993, em Dublin – e a segunda em 1999, na cidade de Jerusalém.
Na turnê do álbum Sredinom (2000), o artista realizou mais de 200 concertos, com a mais alta performance e cenários espetaculares no Estádio Olímpico Koševo em Sarajevo, para um público de cerca de 80 mil pessoas [oi?]… E nós nunca ouvimos falar dele? E a Globalização, onde estava?
O Sredinom foi o álbum mais vendido na Bósnia e Herzegovina e também o mais vendido em todos os países que faziam parte da Jugoslávia. Anos depois, Dino lançou Burek (2004), onde três canções foram lançadas como singles: “Burek”, “Supermen” e “Ako nastaviš ovako”. Em 2011, o cantor foi novamente convidado para representar a Bósnia e Herzegovina no Festival Eurovision, em Düsseldorf – Alemanha, concorrendo com a canção “Love In Rewind” (nós continuamos correndo, mesmo sem saber pra onde correr).
Dotado de energia, atitude e muito balanço, Dino Merlin é um pouquinho da Bósnia, que a própria Bósnia orgulhosamente manda para o mundo.
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